A Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) lança um estudo feito pela campanha Somos Todos Responsáveis sobre a "Publicidade Infantil no Conar". Trata-se de um manual com o objetivo de convidar o mercado a evitar os erros mais comuns na propaganda dirigida às crianças.
O levantamento foi elaborado pela Medialogue, por solicitação da Abap, cuja realização teve apoio do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).
Realizado entre 22 de outubro e 13 de novembro, o estudo analisou quase 300 campanhas julgadas entre 2006 e 2013 e mostra os principais motivos das denúncias de publicidade irregular, os tipos de anúncios e as frases a serem evitadas.
O estudo levantou que, no período, foram feitas 276 denúncias e houve 179 punições. Foram 45 agências e 160 anunciantes denunciados, sendo 34 agências e 120 anunciantes punidos.
O levantamento revelou que as três razões mais utilizadas nas denúncias foram "apelo imperativo de consumo" (34%), "incentivo à conduta inadequada" (9%) e "vocalização de consumo pela criança" (7%).
Os produtos mais punidos pelo Conar foram os brinquedos (18%), alimentos infantis (16%) e produtos para crianças como fraldas, mochilas, sabonetes, entre outros (9%). 80% das agências denunciadas foram punidas uma única vez; 9% sofreram punições duas vezes e 11% foram punidas mais de duas vezes. Oito das 10 maiores agências do Brasil tiveram campanhas punidas pelo órgão.
No que diz respeito aos anunciantes, 74% sofreram punição uma única vez, 13%, duas vezes e 13%, mais de duas vezes.
A pesquisa mostra que 50% das denúncias partiram dos consumidores e 40%, do próprio Conar.
"Peça já o seu" é a frase encontrada no maior número de campanhas punidas. Entre as expressões que embasaram 50% das denúncias estão "acesse", "colecione", "envie", "experimente", "leve" e "não perca".
Além de apresentar o estudo, o presidente da Abap, Orlando Marques, informou durante a reunião que o setor deve fechar 2013 com um crescimento de 5%, inferior ao esperado, por conta, entre outros motivos, das manifestações do meio do ano, “que acabaram afastando os anunciantes”. Marques ressaltou que os mercados regionais, principalmente do Nordeste, registram performances melhores que os do Sul e Sudeste.